Presa

Você pode parecer uma presa fácil, mas aqui ninguém escuta os seus gritos.

Corra

Enquanto eu estiver de pé corra, pois a sua morte é o que eu mais quero.

O poder

Tudo está em suas mãos agora não corra.

A morte

Ela está ao meu lado nesse exato momento.

Sabedoria

A sabedoria está nos olhos de quem você menos espera apenas não corra.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

No Escuro - Parte 1 - Tobias Galian

Nunca fui uma figura de muito destaque na multidão, sempre passei despercebido nas grandes plateias e meu rosto não é nada agradável nem ao mais simples apreciador.
"Olivia é seu nome, o nome de um anjo com lindos cabelos ruivos, ruivos como sangue..."
Feio é o que sou, e minha timidez e baixa auto-estima tornam isso horrível de se suportar. Mas mesmo sendo feio eu ainda tenho um coração, um coração muito frágil por sinal, um coração que não se preocupa com as limitações de minha face, e por ter este coração eu me apaixonei por uma peça extremamente rara neste mundo, Olivia é seu nome, o nome de um anjo com lindos cabelos ruivos, ruivos como sangue, sua pele possui sardas que lembram ferrugem, algo que acho encantador naquele rosto escupido diretamente por Deus, ao vela sorrir me sinto completamente bem, minha aparência é esquecida ao ver aquelas covinhas lindas, naquele rosto lindo, naquela pessoa perfeita.

A primeira vez que vi Olivia foi em um bar no centro da cidade, ela estava com alguns amigos e amigas, amigas essas que pareciam borrões perto da linda pintura que é Olivia. Eu ficava ali no balcão vendo ela sorrir e falar, quando de repente ela vem em minha direção, ela tina o cabelo de frente dos olhas e este gesto é demais para que eu possa continuar á observa-lá, então eu me viro para o balcão, ela para do meu lado no balcão e pede alguma coisa para o garçom, não sei o que era, só prestei atenção nos seus lindo lábios, ela virasse e volta em direção à mesa em que estava sentada, eis que percebo sua carteira sobre o balcão, eu a pego e me viro para chama-la, mas percebo que ela e seus amigos se levantam e vão embora. Oque fazer? Não gosto de pessoas, e tenho certeza que elas também não gostam de mim. Decido então segui-los.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Quarto 522 - Melissa Grutzmann

Aqui não está nada confortável  escrever dentro de uma clinica mas algo está acontecendo e meu medo e ninguém nunca vai saber. Assim começa...

Eu estava acordando, vi meu marido logo ali, se arrumando para ir trabalhar.
Quando eu escuto uma voz, ela diz:
- Ei! Você pode me ver? Aqui.
Eu fico pasma, assustada, começo a tremer, chamo meu marido, grito pelo seu nome. E ele começa a falar que eu estou com algum problema, que eu deveria encontrar um psiquiatra, pois antes disso eu teria perdido nosso filho e poderia ter ficado com algum tipo de sequela.
Eu o escutei, fui ao consultório em um Hotel de um psiquiatra, meio estranho, pelo fato de ser em um hotel, mas mesmo assim encarei, pois ele era muito recomendado para esses casos.
Peguei meu carro, e fui até o hotel. O numero do quarto era 522, me veio uma imagem meio deturpada em minha cabeça. 225, cai no chão e fiquei atordoada.
O que eu vi foi eu chegando em uma porta a qual o numero era 255, e estava toda antiga, quebrada e um grito somente isso. O estranho que esse grito era familiar. Enfim.
Entrei na sala, o Dr. H (assim que vou chama-lo), eu bato na porta, atende um rapaz muito simpático, ele pede pra mim entrar, eu entro, o comprimento e me sento. E ele diz:
- O que lhe traz aqui?
Eu explico para ele, meu marido acha que eu sou louca, que eu estou criando algo que eu não consigo explicar, pode ser um sentimento retraído, mas eu não sei como lhe dizer.
- Mas você já está se diagnosticando sem nem ao menos me contar o que aconteceu.
Eu não sei como lhe explicar, bom, eu estava gravida, era para ser uma linda criança já que meu marido é lindo. Eu a perdi em um surto, eu tive uma crise. E fui para um hospital, uma clinica, la me trataram como se eu fosse louca, mas não eu só estava meio atordoada com a traição que meu marido tinha cometido.
- Somente isso? Uma traição fez tudo isso com você?
Não somente isso, eu me senti perdida, eu não sentia o que eu estava fazendo com meu corpo, estava frágil.
E eu acho que isso me persegue até hoje. Eu sinto que aconteceu algo aquele dia, só não sei o que. Mas me diga você escolheu o numero do seu quarto? 522?
-Eu sempre estive aqui, eu moro aqui. Por que?
Nada, nada mesmo.
-Acabou seu tempo. Nos vemos na próxima semana, tente ouvir seu marido.
Eu sai desconfiada, cheguei em casa comecei a preparar o jantar, fiz algo bem especial esperei meu marido, 23horas... 24horas... 1 hora... 2horas... e nada dele e minha barriga estava roncando, eu peguei e liguei.
"Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e estará sendo cobrada após o sinal". Arrumo minhas coisas e pego o meu carro e vou embora. Chego em um hotel. Pego qualquer quarto, e fico passando de canal em canal, e nada de bom na televisão. É triste, começo a entrar em desespero. "Será que ele não mudou nada? Será que ele me ama ainda? Será que eu não sou atraente?".
O relógio marca 03:00 e parece que o tempo para. Tudo fica em câmera lenta, eu estou bêbada, muito bêbada. Vem todas aquelas cenas em minha cabeça.  Eu escuto um barulho na porta. Vou atender. É um rapaz falando:
- Você está bem? Pediram pra mim vir aqui, a senhora pode me ouvir.
Tudo apagou. Acordo em um hospital, com meu marido falando
- Melissa você está bem? Você está bem? Olhe pra mim, você bebeu demais, você está toda machucada. Melissa você não aprende mesmo. Eu estava trabalhando.
Eu grito saia da minha vida, eu não preciso de você, eu sou nova, linda por que estaria com você me maltratando, me ferindo.
- Eu posso estar errado, mas você precisa do meu amor, por mais que eu não sinta nada por você, eu não vou deixa-lá.
Qual quarto estamos?
-Estamos no quarto 522 por que?
ME TIRE DAQUI, ME TIRE, ME TIRE.. AGORA... ME TIRE.... SOCORRO...
Até hoje não entendo o por que entrei em desespero por esse numero.
-Sedativo enfermeira ela começou de novo.
Eu escuto o médico falar meio estranho, um som abafado, "Vamos transferi-la para a ala psiquiatra". Ouvi a voz do meu marido falando "Qual quarto?", a outra voz "225".
Eu não tive reação, mas lá tudo aconteceu.


"Estava frio, meu corpo se sentia cada vez mais fraco.
Eu estava perdida, eu me sentia abandonada por tudo, o senhor já havia me deixado lá, sozinha."
Um dia novo tinha acontecido, e tudo aquilo já tinha passado, aquele dia de terror. E eu já não tinha mais medo, fui ao médico, ver se estava realmente gravida. A dra. me falou "Sim e são gêmeos", e quando cheguei em casa contei para Robert tudo que havia acontecido. Que sim estava gravida.
O dia passou normal, quando eu acordei me vi dentro de uma cela em um hospital abandonado, lá eu sofri torturas pelo o estado de meu corpo mas de quem?
Escuto uma voz "Que Deus esteja com você, pois seus pecados são grandes e que o filho do anti-cristo está por vir". Me assustei, contudo que tinha acontecido.  Meu coração estava com uma dor e minha barriga estava gigante, como se já fosse nascer.
Gritei, pedi ajuda, e só vi um rosto em minha cela. Isso me deixou apavorada. Como isso pode acontecer? O que eu fiz de errado, vi mais pessoas pelas a celas o que dava para ver no corredor, mulheres, somente mulheres naquela ala. Me doparam e eu acordei em uma sala de cirurgia.
Estava tudo tão sujo, tão horrível  os médicos com seus rostos tapados, eu me senti sem forças para reagir, só vi meu filho saindo e eles levando e falando "um nasceu morto". Me largaram novamente naquela cela imunda.
Cansada de gritar, pedir ajuda, vejo uma freira, loira, vindo em minha direção e pergunta, qual seu nome?
Respondo de cabeça baixa "Melissa", e ela começa a falar "Eu vou lhe ajudar, eles vão fazer coisas com você aqui que você jamais poderia imaginar".
Assustada aceitei a ajudar dela. Ela diz: "Simplesmente não grite mais, fique quieta, tenho que ir".
Ela sai, e eu fico ali quieta não falo mais nada, somente isso. A comida é suja como tu que tem lá, tomo aquele copo de água repugnante até mesmo aquilo era marrom com gosto de areia. Preciso de ajuda.
Os dias que passam lá parecem eternidades, o meu banho é a base de jatos como se fossemos gado, hoje estou em outra ala, estou no 7º andar pelo menos foi o que falaram pra mim, e eu não quero conhecer os outros, aqui eu faço terapia com mais pessoas, será que meu marido me procura, e eu quero meu filho somente isso.
Ela volta e fala, "Vou lhe ajudar a fugir, pois não posso aceitar que você vá para o 8º andar, é isso que eles querem, eu  vejo alguém de conhecido o nome dele é Angelo se não me engano e o Dr. S. falando em voz baixa, falo me ajude por favor.
Eles viram e falam "Quem é você, acho que você está precisando de um pouco de medicamento", eu fico quieta, abaixo minha cabeça e saio, pois seria pior questionar o que for com eles.
Eu vejo estupros  eu vejo pessoas sumindo de seus quartos, eu vejo tudo acontecendo, em um corredor é somente mulheres e pelo jeito há outro somente de homens, eu começo a conversar existe mulheres como eu lá que não sabem o que aconteceu.
Agora é tentar fugir daqui pois se eles já não me reconhecem o que aconteceu comigo, eu sinto que algo de muito ruim, e meu rosto doí muito, talvez o motivo da morfina. Depois de meses lá, me dão um espelho e falam "Os experimento está lindo, ela esta pronta, mostre para ela".
Eu me assusto, o que é isso que aconteceu comigo, eu não sou mais eu. Eu tenho um ataque estérico, fico em choque, e eles tentam me conter. Mas é falho. Vou ao dr. S e falo "Sou eu sua paciente Melissa Grutzmann" E ele "Sim eu sei, enfermeira por favor".
Eu estou naquele lugar sujo novamente, só posso estar no inferno.

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Gravação da última sessão do Quarto 522. Com muito orgulho dos player, obrigada, ficou muito bom apesar das piadas, parabéns. E assim termina.